A 29ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade já tem seus projetos finalistas. Sessenta ações de promoção e preservação do patrimônio cultural foram habilitadas para próxima etapa. No total, 220 projetos foram inscritos e encaminhados às comissões estaduais, realizadas nas superintendências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nos estados.

Nos dias 27 e 28 de julho, a Comissão Nacional se reunirá para anunciar os oito vencedores, divididos em duas categorias, que serão contemplados com R$ 30 mil, como estímulo e forma de reconhecimento as iniciativas de preservação, salvaguarda e gestão compartilhada do patrimônio cultural.

Os projetos finalistas são:

Categoria I – Iniciativas de excelência em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas de excelência em preservação e salvaguarda, envolvendo identificação, reconhecimento e salvaguarda; pesquisas; projetos, obras e medidas de conservação e restauro:

Bahia (BA):

– Rede Multiétnica de Salvaguarda, e o projeto Restauração estrutural do Edifício sede da Filarmônica Minerva Cachoeirana, patrimônio Cultural tombado pelo IPHAN, e salvaguarda de acervos de partituras de músicas inéditas datadas do Séc XIX e XX, de imensurável valor cultural e histórico.

Ceará (CE):

– Caracterização e avaliação estrutural do patrimônio histórico;

Espírito Santo (ES):

– Projeto Capoeira na Comunidade;

Maranhão (MA):

– Romance de Cordel “Maria. A Nova Sapho. Tradição do Munim” ou “A Pedra do Tanque”;

– Clube Cultura de Bumba-meu-boi de Zabumba;

Minas Gerais (MG):

– Som dos Sinos;

Mato Grosso (MT):

– O Brasil pelos Brasileiros: digitalização da Produção Científica da Comissão Rondônia;

Pará (PA):

– Coleção de Azulejos históricos, e o Projeto Memorial do Livro Morongueta;

Paraíba (PB):

– Na palma da mão: registro patrimonial em dispositivos móveis;

Pernambuco (PE):

– Ação de Salvaguarda dos Saberes das Práticas das Parteiras Tradicionais de Pernambuco, e Instituto Ricardo Brennand;

Paraná (PR):

– Projeto Guia de Visitação ao Cemitério Municipal São Francisco de Paula;

– Revelações da História;

Rio de Janeiro (RJ):

– 20ZH – Preservação de Bens e Acervos Culturais;

Rio Grande do Norte (RN):

– Projeto Caboclos de Major Sales – Malhação de Judas – Major Sales;

Roraima (RR):

– Dunuzuinhau Kadiz: Programa de Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana;

Rio Grande do Sul (RS):

– Museu do Território: Galópolis e o projeto Nosso Patrimônio, Nossa História;

Santa Catarina (SC):

– Renda de Bilro: um legado açoriano transcendendo séculos em Florianópolis;

– Hemeroteca Digital Catarinense;

Sergipe (SE):

– Mestre do Fogo e o História das Romarias em Sergipe;

São Paulo (SP):

– Memória do Circo e o projeto Acervo das Tradições.

Categoria II – Iniciativas de excelência em promoção e gestão compartilhada do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas referenciais que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, envolvendo todos os campos da preservação e oriundas do setor público, do setor privado e das comunidades:

Amazonas (AM):

– Crioulas do Barranco de São Benedito – Manaus;

– Projeto História Viva;

Amapá (AP):

– A criança e o Museu: Caminhos para a educação patrimonial e cultural do Amapá, e o Resgatando Tambores;

Bahia (BA):

Identidade e Memória do Povo do Mar, e o projeto Bembé do Mercado – 126 anos, uma história de salvaguarda, fé, tradição e resistência;

Ceará (CE):

Circo, Memória e Identidade, e o Projeto Dia 25 é Dia de Maracatu;

Brasília (DF):

Projeto Luz & Autor em Braille;

Espírito Santo (ES):

Capoeira, Docência e Ofício de Mestre: Necessidades e Possibilidades de Preservação, e o projeto Ação Educativa no Museu do Colono;

Goiás (GO):

– BEM Educar Cavalcante-GO- Comunidade Calunga de Vão das Almas – Etapas I e II – Um olhar mais atento à Comunidade Calunga;

– Um Vale de Memórias Chamado Goiás, e o projeto Um Vale de Memórias Chamado Goiás;

Maranhão (MA):

– Cortejo dos Miolos de Bumba-meu-boi todos os Sotaques do Maranhão;

Minas Gerais (MG)

– Guia Online de Bens Tombados e o projeto Tratamento e Divulgação do Acervo do Arquivo Histórico de Pitangui;

Pará (PA):

– Patrimônio, Lazer e Inclusão com a vida ativa e o projeto Roteiros Geo-turísticos – Conhecendo o Centro Histórico de Belém;

Paraíba (PB):

– Benedito e João Redondo pelas Ruas da Cidade;

Pernambuco (PE):

– Salvaguarda do Frevo: Experiências e ações integradas no Paço do Frevo, e o projeto Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco;

Piauí (PI):

– Acordes do Campestre;

Paraná (PR):

– Projeto Guia de Visitação ao Cemitério Municipal São Francisco de Paula;

Sergipe (SE):

– Pescando Memórias;

São Paulo (SP):

– Projeto de preservação e difusão do Acervo Videobrasil e o projeto Este Castelo será meu, seu, nosso: a preservação da memória na TV e Rádio Cultura;

Tocantins (TO):

– Gantó;

– Dorivã Borges – Ritmos Tradicionais do Tocantins.

Samba de Roda

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2016 homenageia o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, no ano em que se completam os 100 anos de gravação do primeiro samba. Este bem cultural foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão em 2004 e foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, em 2005.

Esta é uma forma de expressão musical, coreográfica e festiva de matriz africana, mesclada aos traços culturais trazidos pelos portugueses, principalmente, pelo uso da viola e do pandeiro e da própria língua portuguesa nos elementos de suas formas poéticas. Seus primeiros registros, com esse nome e com as características que ainda hoje o identificam, datam dos anos 1860.

O Samba de Roda do Recôncavo Baiano está presente em todo o Estado da Bahia e é especialmente mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos. Pode ser realizado em associação com o calendário festivo – caso das festas da Boa Morte, em Cachoeira, em agosto; de São Cosme e Damião, em setembro; e de sambas ao final de rituais para caboclos em terreiros de candomblé. Contudo, o prazer de sambar pode se dar a qualquer momento.

Revista

Desde o ano de 2014, o Iphan passou a produzir uma revista com conteúdo completo sobre os premiados e homenageado de cada edição. A ideia é criar um instrumento de divulgação, bem como dar representatividade a essas iniciativas, ouvindo seus proponentes e dando-lhes voz. Confira as edições.

Rodrigo Melo Franco de Andrade

O advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, foi chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922. Rodrigo Melo Franco de Andrade comandou o Iphan desde sua fundação, em 1937, até 1967.

Fonte: IPHAN/BR